COFIDIS CONTRARIA O MERCADO E DÁ EMPREGO NO FEMININO
COFIDIS – Um exemplo de mérito no que respeita
ao colmatar das desigualdades entre os sexos no acesso
a cargos de direcção.
A maioria dos estudos e das estatísticas referem que
existe desigualdade de oportunidades entre homens e mulheres
no mercado de trabalho e em quase todos é o sexo feminino
o mais prejudicado. Contudo existem alguns casos de excepção
como este da empresa COFIDIS.
A COFIDIS, uma empresa especializada no crédito ao
consumo a particulares, integra no seu comité de direcção,
quatro mulheres, e mesmo ao nível das chefias intermédias,
a empresa dá o exemplo com o sexo feminino a ocupar
12 dos 15 cargos existentes.
Segundo Joan Sitges, director geral da empresa: « este
panorama não é uma intenção específica
da empresa, mas tem a ver com o facto das mulheres realmente
apresentarem o perfil indicado para as funções
que desempenham». A trabalhar à 17 anos no grupo
COFIDIS, Joan Sitges refere que sempre esteve habituado a
trabalhar num meio maioritariamente feminino e verifica que
não existe qualquer tipo de regalias pelo facto de
serem mulheres, já que o que interessa para a empresa
são os resultados finais e o cumprimento dos objectivos
estipulados.
Nos critérios de selecção, os requisitos
básicos são naturalmente a formação
e as competências apresentadas. Segundo Margarida Pena,
responsável pelos recursos humanos: «a empresa
procura o equilíbrio entre homens e mulheres, mas no
final dos testes, são as mulheres que mostram mais
apetência para os lugares disponíveis. As mulheres
têm mais facilidade em comunicar e como na empresa a
comunicação via telefónica é fundamental,
elas acabam por apresentar o perfil mais indicado para essas
funções».
Também Joan Sitges salienta algumas características
que as mulheres apresentam e que são motivo para ingressarem
nos quadros da empresa: « elas têm mais flexibilidade
e são mais sensíveis a determinados problemas
mas isso não quer dizer que não sejam competitivas,
pelo contrário, lutam mais que os homens para cumprirem
os objectivos propostos pela empresa. Elas são mais
compreensíveis no que respeita aos problemas que geralmente
afectam a mulher no local de trabalho como a maternidade e
o acompanhamento familiar. Uma das situações
que descriminam as mulheres no mercado de trabalho é
precisamente o receio que a maternidade e o acompanhamento
à família possa influenciar a produtividade
da empresa. É esta a mentalidade que domina nos empresários
portugueses, mas que para a COFIDIS não é impedimento».
Por Fernanda Pedro in “Jornal Expresso”
de 10 de Agosto de 2002
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